It’s all about energy
Semana passada foi uma semana difícil. Tive uma entrevista na terça para uma posição muito legal, num mercado novo, empresa empresa referência. Saí com a impressão de que não fui bem (até a data deste post – 6 dias depois – ainda não recebi uma devolutiva). Esse foi o catalizador que derrubou a minha moral pelo resto da semana. Tudo ficou mais difícil, me peguei menos paciente com as coisas de casa, as relações, e sem vontade de executar meu plano da semana. Foi aí que, depois afundar a cabeça na terra e curtir a bad, eu me lembrei de algo que vi pela internet e que me ajudou a voltar para o eixo.
Trate a você mesmo como um robô
Eu tenho um robô aspirador em casa, o McQueen (Em casas com crianças, essas coisas tem nome). Programei ele para passar todos os dias pela sala de casa, às 6h30 da manhã. Na maioria das vezes dá certo e ele faz o trabalho dele, mas às vezes não dá.
Quando a gente encontrou ele 8h da manhã perambulando pela minha varanda, que tem 3x1m, sem ter limpado nada do resto da sala, vi que tinha deixado a porta da varanda aberta. Ficou claro que ele saiara pela varanda, mas não conseguira voltar para a sala por conta do trilho da porta. Deste dia em diante, na hora de dormir, fechamos a porta da varanda.
É um algoritmo simples: O resultado não é o que você gostaria > Você investiga o porquê > faz as correções > Testa de novo.
Mas não é o que vem na cabeça quando a gente falha. Nossos erros se conectam com as nossas emoções e impactam negativamente a nossa visão de nós mesmos, exacerbando nossos sentimentos de medo e dúvida. Do tipo, a minha espiral descendente poderia passar por: Fui mal na entrevista > Não vou arrumar mais emprego > Não vou conseguir pagar a escola >… >… >… Não sou digno.
E é nessa hora que tratar a si mesmo como um robô ajuda muito e, ao usar esse framework do robô para entender porque eu não estava satisfeito com a minha performance na entrevista foi bem fácil achar o resultado. Me faltou energia, para me preparar e no momento da entrevista.
Energia 101
Todo o blog/instagram/X/…./…/…/TikTok que algum dia tocou em produtividade, autodesenvolvimento ou saúde falam da importância de comer direito, se exercitar e dormir bem. A minha referência sobre esse tema foi publicada pelo Peter Attia ano passado. Outlive: a arte e a ciência de viver mais e melhor. Mudou minha vida, me ajudou a encontrar um motivo para ser mais saudável (viver mais e melhor) e me ganhou com uma tonelada de evidência com uma pitada de “nem tudo é estudo randomizado”. Mas divaguei…
O ponto é que todo mundo sabe do impacto que uma rotina de exercícios, sono consistente/suficiente e alimentação balanceada tem não só na sua saúde, como na energia disponível para o dia a dia. Tirando o fato de eu ter visto a diferença que isso faz em primeira mão, nos últimos 3 anos, tenho pouco mais a acrescentar nessa parte do debate. E a outra parte (Energia – Avançado) faz uma diferença menor, se comparado a uma boa noite de sono e uma rotina de exercícios. Por isso, te convido a seguir pelo post e pegar qualquer ideia que lhe seja útil mas, ao por em prática, comece pelo básico.
Gerenciando sua energia ao longo do dia
Se energia 101 é sobre seu metabolismo e sua energia bioquímica, o próximo passo é gerenciar sua energia mental. E eu parto de 3 pressupostos:
Temos um estoque limitado de disciplina e força de vontade.
Esse estoque é consumido mais rápido quando fazemos atividades de motivação extrínseca e mais devagar quando são atividades que tem motivação intrínseca. Algumas atividades (de motivação intrínseca), além de descanso, enchem seu estoque de disciplina e força de vontade.
Motivação intrínseca e extrínseca são extremos de um espectro.
Levando esses pontos em consideração, ficou fácil entender como eu eu não entreguei o meu melhor nessa entrevista. E, como em muitas outras vezes, it’s all about my energy.
Ao observar meu dia, foi fácil notar que ele estava cheio de momento que drenavam energia em detrimento de atividades que conservam ou renovam minha motivação.
Isso desencadeou a espiral descendente que mencionei, me deixando cada vez mais sem cabeça para as coisas importantes e me jogando em atividades irrelevantes que, por sua vez, faziam com que me sentisse culpado. Isso, somado ao medo de vulnerabilidade de quem está desempregado, foi mais do que suficiente para prejudicar minha habilidade de me preparar e realizar essa entrevista.
Nesses momentos, também é mais difícil seguir sua rotina de energia 101, semana passada não fui na academia pela primeira vez em um bom tempo. Isso diminui ainda mais a sua energia disponível.
Fiquei uns dias na sofrência até me dar conta mas, passado esse tempo, pude enxergar que a solução é simples:
Foco na minha rotina de energia 101. Seguir com os exercícios, dormindo bem bem e se alimentando direito.
Retomar meu planejamento diário e semanal, que eu havia deixado de fazer desde que saí da Voxy.
Deixar algum tempo para atividades que recuperam minha energia, ninguém consegue passar o dia no LinkedIn buscando emprego sem morrem um pouquinho por dentro.
Parece óbvio? Sim. Tem alguma coisas aqui que eu não sabia? Algum conhecimento novo? Não. Então porque eu tive que passar por uma entrevista ruim para reativar essas ideias?
Porque, apesar das ideias serem as mesmas, as aplicações são completamente diferentes dada a minha nova rotina. Minha velha identidade de Account Executive na Voxy não me serve pra nada. O novo João vai precisar ser diferente, mas certamente vai operar sobre as mesmas bases e como os mesmos porquês.
Essa foi minha reflexão da semana, de realidade um pouco dura, mas que me ajudou a lembrar da importância de gerenciar minha energia, que ela começa com bons hábitos de saúde mas também passa pela minha saúde mental.
Por fim, fica a pergunta. Quais são as atividades que te recarregam e como você encaixa elas ao longo do dia?
Se cuidem e, se puderem, cuidem de mais alguém.